A sociedade lusitana era composta por pessoas de várias origens étnicas, pessoas de estatutos jurídicos e económicos muito diferenciados, grupos individualizados pelas suas práticas e formas de expressão. O substrato indígena não era homogéneo: o conceito de “Lusitano” é um conceito romano; reúne várias entidades diferentes nas quais se identificavam realmente os indígenas. Para estes lusitanos vêm complementar, numa primeira fase, os romanos e os itálicos conquistadores e, por detras deles, as variadas correntes populacionais cuja livre circulação foi propiciada pela segurança do Império.
Ao fim desses fenómenos, foram as correntes de mobilidade social e cultural: a romanização dos usos e costumes, em primeiro lugar, e depois a promoção dos estatutos pessoais. A liberalização do escravo, o enriquecimento individual ou a concessão de ciudadania romana aos notáveis foram outros tantos movimentos de integração numa sociedade complexa.
Uma sociedade de homens e para homens, por eles regida, sem dúvida, mas onde a mulher e as crianças -em suma, todos- conseguiram encontrar a sua própria forma de expressão.
*Textos da exposição temporal Lusitania Romana. Origen de dos Pueblos, com curadoira de J. M. Álvarez, Antonio Carvalho e C. Fabiao.